O fluir da adoração
“Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo. Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra…” (Gênesis 2:6,7a)
Como líder de louvor eu já me envolvi o suficiente com muitos períodos de louvor “mortos” para saber que eu não desejo jamais fazer parte deles ou mesmo ser responsável por um desses momentos. Você entende o que eu quero dizer por “período de louvor morto”, não sabe? É o contrário de algo vivo! Além de ter sido fortalecido e renovado por oferecer uma adoração “em espírito e em verdade”, eu me sinto exaurido e exausto. Este é um grande sinal de que eu fiz tudo isso com a minha própria força e habilidade, ao invés da força e da habilidade de Deus.
Deus deve ser o foco da adoração. É um erro pensar no período de adoração como sendo um momento do qual eu vá tirar algum proveito. Mas também é um erro pensar em estar na presença de Deus através da adoração e não sentir nada. Vemos nas Escrituras que todas as vezes que alguém esteve na presença de Deus, essa pessoa foi definitivamente afetada por esse encontro. A presença de Deus irradia vida. Na presença de Deus há plenitude de alegria (Salmos 16:11). Estar na presença de Deus e não ter experimentado dessa alegria, me faz pensar se realmente eu estive com Ele.
É interessante perceber que o homem foi criado do pó da terra, e que esta terra recebia um “fluir” diário de vida. Ele não precisava produzi-la, apenas desfrutava dela. Aquela neblina regava a terra e trazia vida para toda a superfície da terra. Eu penso que nós deveríamos desfrutar do nascer diário da vida de Deus em nós, e que isso deveria afetar todas as áreas do nosso ser. João, o Amado, escreveu que se nós crermos nEle, do nosso interior “fluirão” rios de águas vivas. (João. 7:37,38). É esse fluir diário da vida de Deus em nós que faz com que a nossa adoração seja viva.
Sendo assim, de onde surge a “adoração morta”? Como resultado do pecado de Adão (isto é, sua decisão de determinar o que era melhor para si mesmo, agindo de acordo com o seu próprio interesse e dependendo da sua própria razão) uma maldição veio sobre a terra. Aquilo que antes produzia vida, agora produz espinhos e abrolhos. Aquilo que antes fluía naturalmente, agora requer muita fadiga para poder acontecer (Gn. 3:17-19). A fadiga é algo que Deus diz que não permitirá que exista em sua presença (Ez. 44:18). Quando eu penso em quantos períodos de adoração eu já tive que “suar e fazer acontecer”, fico envergonhado. Será que eu sou contra o esforço e o trabalho? Sou contra a preparação para a obra? Certamente que não! Mas a “obra” que nós somos chamados a fazer é simplesmente deixar fluir a vida de Deus em nós. Isso não tem nada a ver com habilidades (embora Deus nos dê habilidades) ou esforços humanos. Não tem nada a ver com aprender métodos ou técnicas musicais impecáveis. É o fluir do Espírito de Vida em nós, oferecendo a Deus um sacrifício de aroma suave.
Autor: Danny Mullins
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