Mundanismo, a Lepra Espiritual
Uma das tragédias da vida cristã é ver aqueles que professam o nome de
Cristo chafurdarem na imundície deste mundo e depois tentarem
"testemunhar" para ele!
É triste observar que, conforme a Época da Graça se prolonga, o povo de Deus parece mais determinado do que nunca a adotar as atitudes e ações do mundo. As modas vêm e vão, mas uma coisa continua constante — cada uma delas consegue deixar sua marca indelével sobre certos segmentos da cristandade. Para aqueles de nós que já acumularam certa "quilometragem", vemos esse fenômeno a partir da perspectiva de ter passado por grande parte dele. Eu realmente gostaria de poder expressar com palavras adequadas aos jovens o quanto a sociedade mudou nos últimos quarenta ou cinqüenta anos. Isso nos faz pensar em quanto mais o Senhor permitirá que esse processo continue antes de vir buscar Sua igreja.
É triste observar que, conforme a Época da Graça se prolonga, o povo de Deus parece mais determinado do que nunca a adotar as atitudes e ações do mundo. As modas vêm e vão, mas uma coisa continua constante — cada uma delas consegue deixar sua marca indelével sobre certos segmentos da cristandade. Para aqueles de nós que já acumularam certa "quilometragem", vemos esse fenômeno a partir da perspectiva de ter passado por grande parte dele. Eu realmente gostaria de poder expressar com palavras adequadas aos jovens o quanto a sociedade mudou nos últimos quarenta ou cinqüenta anos. Isso nos faz pensar em quanto mais o Senhor permitirá que esse processo continue antes de vir buscar Sua igreja.
Como podemos esperar, a Palavra de Deus tem muito a dizer sobre os
assuntos mundanismo e separação. Com a ajuda de Deus, gostaria de
explorar ambos os tópicos em profundidade. Começaremos tentando definir a
palavra "mundanismo". É o substantivo do adjetivo "mundano" e o
Dicionário Aurélio define assim: "Vida mundana; hábito daqueles que só
procuram gozos materiais". A partir dessa definição, vemos que não é
absolutamente uma palavra que seria usada para descrever um cristão. Ser
mundano é aderir e seguir aquilo que caracteriza as atitudes e ações
das massas; dos incrédulos — aqueles que estão perdidos. Além disso,
precisamos compreender que é uma coisa extremamente fácil de fazer. Tudo
o que precisamos é "seguir as massas", seguir o caminho da mínima
resistência. A natureza humana nos predispõe para o mundanismo. Antes de
sermos salvos, o mundanismo era um modo de vida. Após a salvação,
ganhamos uma nova natureza, mas a velha natureza pecaminosa não foi
erradicada. Por isso, estamos em uma situação que garante uma vida de
conflito contínuo!
Talvez você já tenha ouvido a história sobre um velho chefe indígena que
se converteu a Cristo. Certa vez, dois de seus irmãos "caras pálidas"
foram visitá-lo e um deles perguntou como estava indo sua vida
espiritual. O velho chefe respondeu que era como se ele tivesse dois
cachorros vivendo dentro dele — um branco e um preto e eles brigavam
constantemente! Após conversarem um pouco, um daqueles homens perguntou:
'Afinal, quem ganha a luta?' A resposta do chefe foi clássica: "Aquele
que eu alimento mais." Embora seja uma ilustração simples, ela nos dá um
quadro vívido da batalha que ocorre todos os dias dentro de nós. Se
alimentarmos nossa nova natureza por meio do estudo da Palavra de Deus e
da oração, crescemos "na graça e no conhecimento do Senhor". No
entanto, se continuarmos a festejar "com as bolotas que os porcos
comem", não devemos esperar muito progresso na vida espiritual.
O apóstolo Paulo menciona essa luta em Romanos 7:15-25. O que ele diz é
vital para nossa compreensão do problema, de modo que incluímos todo o
texto aqui:
"Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o
que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei,
que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o
pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha
carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não
consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que
não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu,
mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando
quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior,
tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que
batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do
pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me
livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso
Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas
com a carne à lei do pecado."
Essa luta interior, que Paulo descreve tão bem, deve ser igual a que
experimentamos. Sabemos o que é melhor, mas nem sempre fazemos o que é
melhor! Certo? Bem, preciso me apressar em dizer que só porque essa é
uma aflição comum, não quer dizer que tenhamos uma desculpa para nossas
ações. Permitir que ações e atitudes pecaminosas e mundanas continuem em
nossas vidas, sem serem enfrentadas, é convidar problemas maiores. O
apóstolo João nos admoesta em 1 João 2:15-17:
"Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor
do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência
da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai,
mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que
faz a vontade de Deus permanece para sempre."
Creio que cada um de nós pode ver nesses versos que o amor ao mundo é um
perigo muito real para o cristão. Nossa natureza caída, que está
conosco desde o nascimento, está naturalmente inclinada e preparada para
as atrações que nos rodeiam. Nunca antes em toda a história humana isso
foi mais problemático do que atualmente e está ficando cada vez pior!
Os historiadores dizem que uma das principais razões para a queda do
Império Romano foi que a maior parte da população desenvolveu um apetite
insaciável pelos prazeres e divertimentos. Enquanto as pessoas se
divertem, esquecem-se das coisas que realmente são importantes na vida.
Esse tipo de comportamento é uma forma de fuga, para não enfrentar as
realidades da vida diária. Como os cristãos não são imunes à doença do
mundanismo, precisamos reconhecê-la como sendo uma lepra espiritual e
evitá-la. (A lepra, freqüentemente mencionada na Bíblia, sempre é
retratada como sendo típica do pecado.)
Em toda a Bíblia, os cristãos são constantemente exortados a buscar
sabedoria — a pensar, a agir de uma maneira responsável o tempo todo —
para nosso próprio bem e para o bem dos outros. Uma das tragédias da
vida cristã é ver aqueles que professam o nome de Cristo chafurdarem na
imundície deste mundo e depois tentarem "testemunhar" para ele! As
atitudes falam mais alto que as palavras e cada um de nós precisa
entender que estamos em cena e nossas ações estão sendo observadas o
tempo todo. Depois que tomamos o primeiro passo de identificação com
Cristo (o batismo), tornamo-nos homens e mulheres, meninos e meninas
marcados — pois o mundo está apenas aguardando a primeira oportunidade
para nos chamar de hipócritas! Satanás é o deus deste mundo e tenta
explorar cada deslize nosso. Amar as atitudes e filosofias prevalecentes
na nossa cultura é garantia de ruína para nosso testemunho como filhos
de Deus.
O que quero dizer com a palavra "testemunho"? Houve uma época em que a
terminologia da fé era tão largamente compreendida que se podia assumir
que todos a compreendessem, mas esse não é o caso hoje. É por isto que
normalmente procuro definir certos termos. Seu testemunho cristão é
similar à sua personalidade, pois é "você" — o que você realmente é —
como aparece aos outros em relação à sua profissão de fé. Você pratica
aquilo que prega? Se pratica, pode-se dizer que mantém um bom testemunho
de Cristo. Depois da salvação, o testemunho é o que de mais valioso
você tem. Portanto, mantenha-o limpo e não permita que a sujeira deste
mundo grude nele.
O melhor testemunho para Cristo é uma vida que está cheia e que é
controlada pelo Espírito Santo. Muitos cristãos têm hoje a idéia errada
que testemunhar consiste unicamente em "apresentar o evangelho". Embora
compreendamos e concordemos que o aspecto sobrenatural da salvação
definitivamente envolve a mensagem do evangelho, nosso testemunho de
modo algum é limitado a isso. Independente se você percebe isso ou não, a
maioria das pessoas presta muito mais atenção àquilo que você faz e
como reage do que com o que diz. Como diz o velho adágio, "Falar é
fácil!" Algumas pessoas que falam muito bem acabam ficando constrangidas
após serem desafiadas com o "mostre-me ou cale-se". A atitude que a
maioria de nós terá é: "Não fale somente, mostre-me também!" As ações
falam muito mais alto que as palavras. Quando vivenciamos aquilo que
falamos, nossas palavras terão uma força muito maior. Se as pessoas
virem que somos genuínos e que nossas vidas irradiam a realidade daquilo
que professamos, estarão muito mais abertas à mensagem que anunciamos.
Os hipócritas são alvo de escárnio em toda a parte e não é para se
admirar! O mundanismo e a piedade são totalmente incompatíveis — como
óleo e água, que não se misturam. Mas, apesar das admoestações da Bíblia
sobre o mundanismo e suas conseqüências, muitos cristãos insistem em
tentar "ficar com as pernas uma de cada lado da cerca". (Para aqueles
que sempre viveram na área urbana, essa expressão pode não fazer muito
sentido — mas para aqueles que já tentaram saltar uma cerca de arame
farpado — certamente faz!) Tentar ficar com as pernas uma de cada lado,
uma no mundo e outra nos céus provavelmente o deixará com as calças
rasgadas!
Outro modo de ilustrar o ponto é com uma história sobre o Velho Oeste
americano. Um homem proprietário de uma empresa transportadora estava
entrevistando os candidatos a condutores de diligências. O trecho da
estrada que ele selecionou para o teste estava em uma montanha que tinha
um barranco em uma das laterais, com uma queda de centenas de metros.
As instruções que ele dava a cada candidato eram simples: "Veja o quanto
você consegue chegar perto do barranco, mas sem cair!" Primeiro um,
depois outro candidato tentaram, levando os cavalos bem para perto do
barranco. Finalmente, quando um terceiro homem se apresentou e recebeu
as instruções, ele disse: "— O senhor está louco? Vou conduzir os
cavalos pelo outro lado da estrada, ficando longe do barranco!". "— O
emprego é seu", exclamou o chefe. O risco era grande demais e este é
exatamente o ponto que quero deixar claro sobre o envolvimento com o
mundanismo. Se você parecer como o mundo, agir como o mundo, e cheirar
como o mundo — como o mundo verá a diferença em você? Por que devemos
achar que eles serão atraídos a Cristo por meio do nosso testemunho
quando parecemos ser virtualmente iguais a todas as outras pessoas? Como
diriam alguns garotos hoje: "E aí?"
Outro aspecto muito importante do nosso testemunho envolve a doutrina bíblica da separação. Creio com todo meu coração que essa é uma das menos compreendidas e menos ensinadas doutrinas na Palavra de Deus hoje. Quando é mencionada, é geralmente com generalidades e clichês, mas a Bíblia é tanto explícita e implícita com relação a esse ensino. É explícita porque o assunto é tratado claramente e é implícita porque está ele contido em princípio em toda ela. Vamos saltar para o meio desse assunto e ver se tocamos em alguns nervos expostos:
Outro aspecto muito importante do nosso testemunho envolve a doutrina bíblica da separação. Creio com todo meu coração que essa é uma das menos compreendidas e menos ensinadas doutrinas na Palavra de Deus hoje. Quando é mencionada, é geralmente com generalidades e clichês, mas a Bíblia é tanto explícita e implícita com relação a esse ensino. É explícita porque o assunto é tratado claramente e é implícita porque está ele contido em princípio em toda ela. Vamos saltar para o meio desse assunto e ver se tocamos em alguns nervos expostos:
Em 2 Coríntios 6:14-18, lemos:
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que
sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as
trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o
fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?
Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles
habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o
meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não
toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós
sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso."
Paulo, escrevendo sob a influência e inspiração do Espírito Santo, diz
que precisamos nos separar dos incrédulos e não nos envolvermos em
alianças ou sociedades com eles. A palavra "jugo" refere-se à canga, um
implemento de madeira, utilizado para prender uma junta de bois pelo
pescoço e ligá-los à carroça ou ao arado. Se alguém tentasse prender um
boi com uma mula por meio do jugo, o resultado seria desastroso, pois
eles não trabalhariam bem em conjunto. Dois bois ou duas mulas seriam
bons, mas as diferenças de temperamento e de tamanho entre bois e mulas
não permite combinar os dois. O ponto aqui é que os crentes precisam
evitar qualquer situação em que fiquem em jugo desigual com um
incrédulo. Isso inclui exemplos como namoro, casamento, sociedades nos
negócios, associações voluntárias (clubes, etc.) por meio das quais
aqueles que não têm os mesmos valores espirituais possam exercer pressão
sobre você. As amizades íntimas com as pessoas erradas também devem ser
evitadas.
Abordo este tópico com "temor e tremor", pois sei, a partir de
experiências dolorosas, que muitos crentes reagem de maneira emocional
ao que caracterizam como "legalismo". Em primeiro lugar, não é
legalismo, pois não estou tentando impor a lei do Antigo Testamento
sobre os cristãos. É uma proibição muito sã e sensata que objetiva
manter a pureza da nossa caminhada com Cristo. Ninguém consegue brincar
com um amontoado de carvão sem se sujar todo. É realmente simples assim.
"Não procure sarna para se coçar", diz o ditado. Logicamente, aqueles
que já estão casados com incrédulos, ou já comprometidos em
relacionamentos que são inevitáveis, não devem tornar uma situação má
pior! Esse ensino objetiva principalmente a prevenção, mas em alguns
casos o incrédulo em questão está arruinando a vida espiritual do
cristão e, por essa razão, o relacionamento deve ser rompido. Se você
acha isso drástico demais, leia então o capítulo 10 de Esdras, e veja o
que Deus exigiu dos sacerdotes e levitas que tinham mulheres
estrangeiras. Servimos ao mesmo Deus hoje! A separação é ensinada em
toda a Bíblia, do Gênesis até o Apocalipse, mas não é um assunto que as
pessoas gostem de ouvir.
Não somente devemos manter a separação pessoal, mas também somos
instruídos a manter a separação "eclesiástica". Este é um ensino
implícito e requer maturidade espiritual para compreender toda sua
implicação. A palavra grega ekklesia, freqüentemente traduzida como
"igreja", é a palavra-raiz de "eclesiástica" — referindo-se às igrejas
e/ou congregações. O que significa manter separação eclesiástica?
Detesto ser extremamente direto, mas significa ficar longe de qualquer
pessoa que afirme ser cristã, mas que obviamente não adere aos ensinos
de Cristo! A palavra de Deus nos recomenda não julgar os outros —
condená-los injustamente e lavrar sentença sobre eles da forma que um
juiz faz — mas também somos exortados a "provar (testar) todas as
coisas". Deus espera que mantenhamos nossa guarda espiritual e não
creiamos nas aparências. É claro que você sabe que nem tudo o que reluz é
ouro. As igrejas e os membros que envergonham os ensinos de Cristo e
negam as doutrinas essenciais da fé devem ser evitados. Afirmar ser um
cristão só por causa da participação em uma igreja é como afirmar ser um
carro ficando em uma garagem.
Estamos vivendo nos últimos dias da igreja e creio que o joio exceda grandemente o trigo. Muitos, se não todos, dos mais respeitados e renomados pregadores e evangelistas atuais estão flertando com a Igreja Católica Romana e com seu programa ecumênico mundial. A enganação demoníaca cresce a cada dia. Meu trabalho é dizer a verdade, não importando se isso o deixa contente ou não. Esse conceito de separação é um assunto importante e somente arranhei a superfície, por assim dizer. É de vital importância que o povo de Deus saiba e compreenda os princípios e preceitos da Sua Palavra, de modo que iremos, com a ajuda de Deus, continuar batendo nessas "vacas sagradas" para ajudá-lo a amadurecer na fé.
Estamos vivendo nos últimos dias da igreja e creio que o joio exceda grandemente o trigo. Muitos, se não todos, dos mais respeitados e renomados pregadores e evangelistas atuais estão flertando com a Igreja Católica Romana e com seu programa ecumênico mundial. A enganação demoníaca cresce a cada dia. Meu trabalho é dizer a verdade, não importando se isso o deixa contente ou não. Esse conceito de separação é um assunto importante e somente arranhei a superfície, por assim dizer. É de vital importância que o povo de Deus saiba e compreenda os princípios e preceitos da Sua Palavra, de modo que iremos, com a ajuda de Deus, continuar batendo nessas "vacas sagradas" para ajudá-lo a amadurecer na fé.
Finalmente, há um assunto de separação que ainda causa furor em alguns
círculos. Isso tem a ver com a questão se a Bíblia ensina ou não a
separação dos crentes genuínos. É uma questão emocional para alguns, mas
precisamos determinar primeiro e antes de tudo se tem base nas
Escrituras — e, em caso afirmativo, o que precisamos fazer para
conformar nossas vidas com esse ensino. Novamente, quero lembrá-lo da
terrível visão que Deus tem do pecado. Ele odeia o pecado com todo Seu
ser e para nos redimir das garras do pecado deu Seu Filho unigênito. Não
existe "pecado pequeno" — um conceito de origem humana no qual temos
tendência para acreditar. Deus quer que fiquemos longe do pecado, de
todas as formas de pecado, e qualquer ensino que enfatize esse princípio
precisa ser considerado, gostemos dele ou não. Este é o caso que está
diante de nós. Há um tempo em que devemos nos distanciar de outros
crentes? Francamente, a maioria dos pregadores conservadores e
fundamentalistas provavelmente vai gritar: "Nunca!" Creio que eles estão
enganados e espero poder mostrar por que estão enganados. A unidade
entre os irmãos é algo que precisa ser preservada, se possível — mas
existem momentos em que as atitudes pecaminosas por parte de alguns
indivíduos requer ação rápida e decisiva do corpo de Cristo.
Em 1 Coríntios 5, temos uma situação em que um dos irmãos estava vivendo
em clara imoralidade com sua madrasta. Aparentemente, o homem era rico e
influente na comunidade e, por causa do seu nível social, a igreja
"estava vendo o outro lado". Quando Paulo soube do assunto, escreveu a
epístola para instruí-los a corrigir o problema. No verso 13, ele ordena
que o homem seja excluído da igreja. "Mas pastor Ron, isso não é ser
excessivamente severo?" Algumas vezes, medidas drásticas são necessárias
para corrigir aquilo que é visto como de pequena importância. A
imoralidade entre os irmãos na igreja não pode ser tolerada. Ponto
final! Quando uma pessoa é tratada da forma como o próprio Senhor
especificou em Mateus 18:15-17, e não ouve ao ensino e as admoestações
da igreja, precisa então ser excluída da comunhão. Observe que o verso
17 diz: "... se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e
publicano."
Os três passos para lidar com o pecado evidente são: (1) admoestação em
particular — de irmão para irmão; (2) admoestação testemunhada por mais
um ou dois irmãos; e (3) admoestação pela igreja toda reunida. Se a
pessoa não ouvir a admoestação da igreja, então deverá ser desligada do
rol de membros e tratada como fosse um incrédulo (alguém ainda perdido
em seus pecados). Espera-se que esse passo drástico nunca precise ser
dado, mas se for necessário, precisamos orar para que o indivíduo (se
verdadeiramente salvo) fique envergonhado, arrependa-se e busque o
perdão e reconciliação com a igreja. Graças a Deus, o homem em Corinto
veio a se arrepender e foi reconduzido à comunhão com a igreja.
Para enfatizar o ponto que a separação é necessária nesse tipo de situação, veja novamente 1 Coríntios 5:9 em diante:
"Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se
prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste
mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras;
porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi
que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou
avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o
tal nem ainda comais."
Isso deve deixar claro que devemos evitar os irmãos professos sob certas
condições. O "porquê" desse evitar é deixado claro em 2
Tessalonicenses. No capítulo 3, versos 6, 14 e 15 lemos:
(Verso 6): "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu."
(Versos 14 e 15): "Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão."
(Verso 6): "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu."
(Versos 14 e 15): "Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão."
Aqueles que discordam desse ensino — insistindo que a unidade precisa
ser mantida a todo o custo — fazem isso, creio, a despeito da clareza do
texto. A maioria dos que têm essa posição insiste que o ensino (2
Tessalonicenses 3) é pertinente àquela situação somente. Em outras
palavras, Paulo está admoestando algumas daquelas pessoas porque
acreditavam que o arrebatamento ocorreria a qualquer momento e tinham
abandonado seus empregos, vendido suas propriedades e estavam sentadas,
ociosas, só aguardando! Elas se recusavam a fazer qualquer trabalho para
se manter e tinham se tornado um peso para a igreja. Embora seja
verdade que Paulo esteja falando sobre uma situação particular, seu
ensino em 1 Coríntios deve deixar claro que o princípio é o mesmo. Os
pecados específicos são totalmente diferentes, mas são pecados também! O
senso comum diz que Deus odeia o pecado e está ordenando que nos
separemos dele — mesmo se isso significar evitar alguns irmãos. Observe
as razões para essa atitude — a separação — é que o irmão malfeitor
possa se envergonhar. A idéia é tentar levá-lo ao arrependimento e
fazê-lo voltar para o caminho certo. Se não formos cuidadosos, podemos
concluir erroneamente que aquele que pratica a separação está exibindo
uma atitude "sou mais santo do que você". Embora isso sempre seja uma
possibilidade, simplesmente porque pode ser visto assim, não significa
que devamos desconsiderar o ensino. Isso seria como jogar fora o bebê
junto com a água da banheira!
O próximo passo lógico de separação é também muito controverso. E o
irmão que se recusar a dar ouvidos a esse ensino e continuar a se
associar com aqueles que deveriam ser evitados? Chamo sua atenção de
volta ao verso 14 do nosso último texto: "Mas, se alguém não obedecer à
nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele,
para que se envergonhe." Certamente devemos ver que a eficácia do ensino
dependerá do grau em que for praticado. Caso alguém na igreja ignore a
admoestação de Paulo, o efeito desejado de fazer o membro malfeitor
sentir-se envergonhado é diminuído. Evitar aqueles que ignoram esse
ensino — aqueles que continuam a se associar e ter comunhão com
indivíduos que, por suas atitudes e ações, merecem ser postos para
escanteio — é chamado de "separação em segundo grau". O argumento deles
é: "Onde você traça a linha?" "Voltamos ao 'terceiro grau' e 'quarto
grau', etc.?" Esse tipo de raciocínio é infantil, pois obscurece a
questão recorrendo a extremos ridículos. Obviamente, sempre haverá um
ponto de "retornos decrescentes" — além do que seria inútil continuar a
separação. No entanto, para ser fiel ao intento original das instruções
de Paulo, precisamos nos forçar a encarar o fato que os irmãos podem se
desviar, e isso acontece. É papel do cristão maduro reconhecer a
importância de manter a pureza no andar; uma separação de todo o pecado e
obediência ao ensino bíblico.
Mencionei anteriormente um desejo de poder comunicar aos cristãos mais
jovens as vastas mudanças na sociedade que ocorreram durante os últimos
quarenta ou cinqüenta anos. Essas mudanças, com a degradação resultante
dos valores espirituais, são de partir o coração.
Para tornar as coisas ainda piores, os valores daqueles tempos antigos
já não eram nada de que se possa orgulhar! Santidade e piedade pessoal
são termos praticamente extintos — remanescentes arcaicos de uma época
que já passou. A história praticamente já deu uma volta completa no
círculo e voltamos à condição descrita nos livros do Antigo Testamento,
Deuteronômio 12:8 e Juízes 17:6 e 21:25: "Cada um fazia o que parecia
bem aos seus olhos." A Bíblia — a literal Palavra de Deus — é ignorada
pela maioria daqueles para a qual foi dada como padrão absoluto de fé e
de prática. Como resultado direto disso, a igreja perdeu a capacidade de
ser o sal da terra e a sociedade está nos últimos estágios da podridão
moral. O que podemos fazer? A não ser que o Senhor decida operar um
milagre de não pouca magnitude, a situação não será corrigida. No
entanto, como diz aquele antigo hino: "Brilha no meio do teu viver!" Não
importa se o resto do mundo esteja determinado a seguir no caminho
errado; cada um de nós deve fazer o melhor que puder para caminhar na
luz da Palavra de Deus e buscar a santificação. Todos estaremos diante
do Tribunal de Cristo, como indivíduos, para prestar contas pelas obras
feitas no corpo. Nosso galardão eterno será determinado pela nossa
obediência aos mandamentos do Senhor.
Autor: Pr. Ron Riffe
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